Suas origens remontam ao início do Século XVIII, quando aí se estabeleceram os primeiros habitantes, identificados historicamente, constam como sendo Domingos Rodrigues e seu companheiro Ventura Rodrigues de Souza. A esses pioneiros concedeu o então Capitão-Mor Manuel da Fonseca Jaime, três léguas de terras, compreendendo áreas encravadas entre os sítios Santa Cruz e Santo Antônio. Os registros de Sesmarias estão consignados em livro próprio e datam de 4 de Junho de 1718. Três anos mais tarde o Capitão-Mor Salvador Alves da Silva, atendendo ao que lhe havia requerido Lourenço Alves Feitosa, concedeu-lhe uma légua de terras entre os sítios Camaleões e Santa Cruz de Cima (21/08/1721).
Moravam igualmente na região sete irmãos portugueses, originários do Icó, constando desse grupo seis mulheres e um homem, cujos nomes são: 1) Domingos Sancho de Carvalho; 2) Eugênia Gonçalves de Carvalho; 3) Agostinha da Silva Carvalho; 4) Anacleta da Silva Carvalho; 5) Antônia Franca de Carvalho; 6) Susana da Silva Carvalho; 7) Altamira da Silva Carvalho.
Desse setenário familiar, Antônia contraiu núpcias com o português José de Oliveira Bastos, passando a residir na fazenda Santa Cruz, chamada posteriormente de Carcará (Caracará). Desse casal bem-sucedido e de prole numerosa, nasceriam os Feitosas Carcarás, tradicionalmente conhecidos na Província.
A esse conjunto de pioneiros juntaram-se moradores vindos de outras regiões e formou-se o Arraial de Santa Cruz do Caracará, legendariamente próspero e a adotar costumes domésticos que outros redutos não possuíam. Como forma de opulência e exibicionismo, as redes atadas nos alpendres residenciais o eram em armadores de ouro e correntes trabalhadas no mesmo metal. A elevação do arraial à categoria de Vila ocorreu segundo Resolução Imperial de 3 de Fevereiro de 1823, com instalação no Arraial de São Mateus (Jucás).
Sua transferência para Saboeiro ocorreu segundo Lei Provincial nº 558, de 27 de Novembro de 1851. Suprimida na forma da Lei nº 1.084, de 19 de Abril de 1913, e anexada ao Distrito de Tauá. Sua restauração e consequente retorno ao ponto de origem provêm de Lei nº 1.181, de 23 de Julho de 1914. Suprimida em segundo turno, consoante Lei nº 2.634, de 6 de Outubro de 1928 e restaurada finalmente, na forma do Decreto nº 1.591, de 23 de Maio de 1935.
A elevação do Distrito à categoria de Município ocorreu segundo Dec-Lei nº 448, de 20 de Dezembro de 1938. As primeiras manifestações de apoio eclesial têm como referência de tempo o ano de 1851, em que foram transferidos de São Mateus para Saboeiro o Distrito e a Freguesia.
Em data posterior e contida em requerimento de autoria do Dr. Manuel Fernandes Vieira e seu pai Francisco Fernandes Vieira (Visconde de Icó), solicitam-se autorização para construir no povoado uma capela da qual constaria como padroeiro o Santíssimo Sacramento (24/12/1856).
Em resposta a esse petitório pronunciou-se favoravelmente o Bispo de Pernambuco, a quem caberia o poder decisório (04/01/1857). Essa nova casa de orações, cuja pedra fundamental consta de 9 de Janeiro de 1857, e a ter como oficiante do solene ato o padre Luiz do Rego Lima, viria em substituição ao templo anterior, considerando a insuficiência de espaço físico e a não satisfação aos reclamos dos fiéis. Os trabalhos preliminares, gerenciados pelo vigário da Freguesia, Padre Diogo José de Sousa Lima, constam igualmente de 1857.
Em 1869, com as obras parcialmente concluídas, afastou-se da Freguesia o seu padre-construtor, tendo por substituto o padre Manuel Filipe dos Santos. Com o falecimento deste, ocorrido em 1871, houve como substituto o padre Germano Antenor de Araújo, cuja permanência se estendeu até 1877.
Por não suportar os rigores da grande seca, retirou-se o padre Germano para o Piauí, deixando como substituto o irmão e padre Manuel Lima de Araújo, a quem coube reerguer a Capela-Mor, acidentalmente derruída em 1876. Em 1886, assumiu como substituto do anterior o padre Antônio de Souza Rego, vigário de Arneiroz, permanecendo até o final do ano. Em 1887, assumiu retomando a iniciativa de levar adiante as obras até então interrompidas e mais uma vez danificadas. Ruíra parcialmente a torre.
Em campanha da qual participaram fazendeiros do Município e moradores da Vila, instituiu-se uma comissão especialmente destinada a angariar esmolas. Dessa iniciativa seriam obtidos fundos, certamente aquém do necessário, de sorte que mais uma vez as obras foram paralisadas. A Igreja-Matriz, finalmente e resultante da primitiva capela, tem sua conclusão assinalada no final do Século XVIII.
Significado do Nome:
Vendedor de Sabão
Aniversario da Cidade:
03 de Fevereiro
Localização:
Sertão Cearence
Limites territoriais:
Norte – Catarina e Acopiara, Arneiroz; Sul – Antonina do Norte e Tarrafas; Leste – Jucás e Tarrafas; Oeste – Aiuaba.